A POESIA DA CARMICITA
Do Blogue "A Poesia da Carmecita", http://apoesiadacarmicita.blogspot.com/, da amiga Clarinda, retirámos este poema:
Quem nasceu para a poesia
Este foi o meu primeiro texto publicado num jornal.
Desde criança senti,
em tudo que escrevi,
e no que também aprendi,
que o mundo me
chamava para poesia,
mas nenhuma porta para mim se abria,
para que eu realizasse a minha fantasia,
o que muito me entristecia
e ao mesmo tempo me deprimia.
Naquela altura a vida era tão dura
víviamos em plena ditadura
a poesia era a minha maior felicidade
isto não é mentira, mas a pura realidade
fui arrancada da escola, que crueldade
logo eu que tanto gostava de estudar
Sonhava em puder as pessoas ajudar
e quem sabe numa “deusa” me tornar
visto que na barriga da minha mae andei a chorar
mas o destino me veio atraiçoar,
e para uma fábrica fui trabalhar!
E lá vou eu com o meu ar angélico de uma criança de 11 anos,
tantos dissabores, tantos desenganos,
jamais me esquecerei daqueles tiranos,
que me exloravam sem dó nem piedade,
infelizmente assim passei a minha mocidade.
Mas na hora de almoço mesmo assim,
conseguia divertir as colegas que estavam há minha beira,
fazia versos e cantigas à tecedeira,
tudo isto se passava na dita fábrica da “Abelheira”
Passados 2 anos mudei-me para a “fiandeira”,
e até começei a gostar do que fazia,
embora meu pensamento estivesse sempre na poesia,
pensava nela de noite e de dia, como por magia.
Quando o salário recebia
era para mim uma alegria,
a minha mãe dizia,
"ó filha já dá para a mercearia",
era eu na casa uma mais valia,
que se lixasse a poesia.
E eu resignada lá trabalhava o dia inteiro,
isto já era na fábrica do Sr Engenheiro,
que ficava no vale Salgueiro,
mesmo na curva do gaiteiro.
Com 20 anos me casei
e lá continuei,
não me podia queixar
pois o patrão era fixe a pagar.
Algum tempo se passou,
mas veio um dia e fechou,
e o trabalho acabou,
fecharam-se os portões...
finalmente vieram outros patrões,
empresários em Lisboa vieram para cá de vez,
e a nossa querida fiandeira
passou a ser a “Barros três”
Assim que começou a laborar
lá fui eu para trabalhar,
assim foi a minha vida,
30 e tal anos numa fábrica metida.
Mas voltando à poesia
posso dizer sem tremer
e a minha voz erguer
afirmar com alegria
A poesia é uma luz
que a memória me conduz
E me dá insiração
não se ensina nem se aprende
é uma luz que se acende
Dentro do meu coração
E com esta foto dos meus 13 anos
Daquele tempo como recordação
Despeço-me de todos os amigos
Com estima e dedicação
Desde criança senti,
em tudo que escrevi,
e no que também aprendi,
que o mundo me
chamava para poesia,
mas nenhuma porta para mim se abria,
para que eu realizasse a minha fantasia,
o que muito me entristecia
e ao mesmo tempo me deprimia.
Naquela altura a vida era tão dura
víviamos em plena ditadura
a poesia era a minha maior felicidade
isto não é mentira, mas a pura realidade
fui arrancada da escola, que crueldade
logo eu que tanto gostava de estudar
Sonhava em puder as pessoas ajudar
e quem sabe numa “deusa” me tornar
visto que na barriga da minha mae andei a chorar
mas o destino me veio atraiçoar,
e para uma fábrica fui trabalhar!
E lá vou eu com o meu ar angélico de uma criança de 11 anos,
tantos dissabores, tantos desenganos,
jamais me esquecerei daqueles tiranos,
que me exloravam sem dó nem piedade,
infelizmente assim passei a minha mocidade.
Mas na hora de almoço mesmo assim,
conseguia divertir as colegas que estavam há minha beira,
fazia versos e cantigas à tecedeira,
tudo isto se passava na dita fábrica da “Abelheira”
Passados 2 anos mudei-me para a “fiandeira”,
e até começei a gostar do que fazia,
embora meu pensamento estivesse sempre na poesia,
pensava nela de noite e de dia, como por magia.
Quando o salário recebia
era para mim uma alegria,
a minha mãe dizia,
"ó filha já dá para a mercearia",
era eu na casa uma mais valia,
que se lixasse a poesia.
E eu resignada lá trabalhava o dia inteiro,
isto já era na fábrica do Sr Engenheiro,
que ficava no vale Salgueiro,
mesmo na curva do gaiteiro.
Com 20 anos me casei
e lá continuei,
não me podia queixar
pois o patrão era fixe a pagar.
Algum tempo se passou,
mas veio um dia e fechou,
e o trabalho acabou,
fecharam-se os portões...
finalmente vieram outros patrões,
empresários em Lisboa vieram para cá de vez,
e a nossa querida fiandeira
passou a ser a “Barros três”
Assim que começou a laborar
lá fui eu para trabalhar,
assim foi a minha vida,
30 e tal anos numa fábrica metida.
Mas voltando à poesia
posso dizer sem tremer
e a minha voz erguer
afirmar com alegria
A poesia é uma luz
que a memória me conduz
E me dá insiração
não se ensina nem se aprende
é uma luz que se acende
Dentro do meu coração
E com esta foto dos meus 13 anos
Daquele tempo como recordação
Despeço-me de todos os amigos
Com estima e dedicação
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